A informação não deixa de ser surpreendente. E, apesar de Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, não ser o meu objecto central de investigação, esta é a primeira vez que vejo uma referência a uma iniciativa inédita: a sugestão para o chanceler alemão, Willy Brand, e o primeiro-ministro britânico, Harold Wilson, o convidarem a visitar a Reública Federal da Alemanha (no tem em havia duas Alemanhas, incluindo a comunista, a RDA) e o Reino Unido. “Enquanto líderes dos partidos socialistas”.
A informação foi transmitida ao embaixador norte-americano em Bona pelo gabinete do líder socialista alemão, relatada depois para o Departamento de Estado em Washington a 19 de Setembro de 1975. E retransmitida para a representação diplomática dos EUA em Lisboa no dia seguinte, 20 de Setembro. A resposta é uma recusa… educada: “Ele [Schmidt] e Wilson estiveram em contacto e concordaram que deveria rejeitar educadamente a tentativa de Cunhal de ser convidado por ser inapropriado”.
A “historiografia” oficial do PCP, que eu saiba, é omissa quanto a esta notícia e não me lembro de ver qualquer referência em livros ou artigos sobre esta iniciativa “diplomática”.
Este telegrama abre a questão de saber porque motivo queria Cunhal ser recebido por Brandt e Wilson “enquanto líderes dos partidos socialistas”? Uma aproximação aos aliados europeus dos “moderados” – de Mário Soares - em plena convulsão revolucionária? Sendo verdadeira esta iniciativa de Cunhal, como interpretá-la? Aceitam-se ensaios de resposta.
A informação foi transmitida ao embaixador norte-americano em Bona pelo gabinete do líder socialista alemão, relatada depois para o Departamento de Estado em Washington a 19 de Setembro de 1975. E retransmitida para a representação diplomática dos EUA em Lisboa no dia seguinte, 20 de Setembro. A resposta é uma recusa… educada: “Ele [Schmidt] e Wilson estiveram em contacto e concordaram que deveria rejeitar educadamente a tentativa de Cunhal de ser convidado por ser inapropriado”.
A “historiografia” oficial do PCP, que eu saiba, é omissa quanto a esta notícia e não me lembro de ver qualquer referência em livros ou artigos sobre esta iniciativa “diplomática”.
Este telegrama abre a questão de saber porque motivo queria Cunhal ser recebido por Brandt e Wilson “enquanto líderes dos partidos socialistas”? Uma aproximação aos aliados europeus dos “moderados” – de Mário Soares - em plena convulsão revolucionária? Sendo verdadeira esta iniciativa de Cunhal, como interpretá-la? Aceitam-se ensaios de resposta.
Ver o telegrama no "site" dos National Archives (http://www.archives.org/)
SECRET
PAGE 01 BONN 15441 191731Z
42
ACTION SS-25
INFO OCT-01 ISO-00 SSO-00 NSCE-00 /026 W
--------------------- 040662
O 191720Z SEP 75
FM AMEMBASSY BONN
TO SECSTATE WASHDC IMMEDIATE 3028
S E C R E T BONN 15441
EXDIS
E.O. 11652: GDS
TAGS: PFOR, GW, US
SUBJECT: MEETING WITH WILLY BRANDT
REF: BONN 15262
1. WILLY BRANDT HAS PASSED ON ONE BIT OF ADDITIONAL INFORMATION
TO SUPPLEMENT THAT REPORTED IN REFTEL. HE
SAID THAT PCP LEADER CUNHAL HAD COMMUNICATED WITH HIM
AND PRIME MINISTER WILSON AS HEAD OF THE BRITISH LABOR
PARTY WITH A REQUEST THAT HE BE INVITED BY THEM IN THEIR
CAPACITY AS SOCIALIST PARTY LEADERS TO VISIT THE FRG AND
THE UK. HE AND WILSON HAVE BEEN IN TOUCH AND AGREED
THAT THEY WOULD POLITELY REJECT CUNHAL'S BID FOR AN INVITATION
AS INAPPROPRIATE.
HILLENBRAND
SECRET
NNN
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